quinta-feira, 29 de setembro de 2011

AULA EXTERNA JARDIM I


NO DIA 21 DE SETEMBRO A TIA FABIANA, DO JARDIM I, LEVOU SEUS ALUNOS PRA UMA AULA EXTERNA NA ESCOLA.
O CONTEÚDO TRABALHADO FOI A COMEMORAÇÃO AO DIA DA ÁRVORE. 
NO PARQUE ELES PUDERAM REALIZAR AS ATIVIDADES RELACIONADAS AO TEMA OBSERVANDO AS ÁRVORES  QUE TEMOS EM NOSSO JARDIM. AO FINAL REGISTRAMOS OS DESENHOS REALIZADOS.
TODOS ADORARAM ESSA EXPERIÊNCIA!!!

FOTOS DO JARDIM I


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A CRIANÇA QUE CHORA SEMPRE QUER DIZER ALGO - FIQUEM ATENTOS!


A criança que chora sempre quer dizer algo – fiquem atentos!

Do momento em que o resultado anuncia “positivo” ao nascimento, “elas vêem” sob forte emoção de se saber abençoada por Deus por esta benção
Ao nascer: a incerteza de que são de fome, frio ou necessidade de troca
Meses depois: a habilidade materna diz: “ih, já sei: é cólica...” ou... “foi mimado no final de semana, chega segunda-feira não quer ficar no berço, só colo...”
Aos 12 meses: “Filho, vamos dormir... seu mal é sono...”
Entre 02 e 03 anos, na Escola: “elas surgem” quando se disputa um brinquedo, acompanhadas pelas “doces mordidas”, muitas vezes, pois não se tem consolidada a área cerebral da linguagem para dizer, com clareza: “eu estava desenvolvendo minha área da criatividade, descobertas sensoriais e imaginação, com do manuseio do brinquedo, e meu amigo veio e o tirou da minha mão”
Entre 04 e 06 anos: “elas vêm aos olhos por tudo” – como dizem os pais e professores, porque mesmo já em propriedade das palavras é difícil expressar sentimentos e separar os ambientes em que vive; mas também se chora pelo machucado que vai arder no banho, pela emoção do presente do Papai Noel. Outros “momentos” acontecem e aos 13 anos “elas afloram” desmedidamente pelo ídolo pop musical do momento e por acreditar estar sofrendo com o primeiro amor
15 anos... Ah! Como as meninas se debulham na festa de debutante... e os pais também!
18 anos: vem a emoção da Formatura do Ensino Médio e o ingresso na Universidade
20 anos: raiva do amigo que não entregou o trabalho e te deixou de “DP” na matéria mais chata, passa a ser o motivo.
24 anos: a segunda formatura de grande emoção – e o Ser Humano que ainda não o fez, as tem nos olhos, por ingressar no mercado de trabalho e “brindar” a entrada na vida adulta.
Nos próximos 10 anos, a presença “delas” se dá por tanta coisa: o casamento, o nascimento do primeiro filho, a primeira febre, o medo de não “se dar conta”, a primeira vacina injetável, o primeiro galo na cabeça, a compra da casa própria, o titulo esperado do Brasil em torneios esportivos, as vezes, o ingresso de um filho no mundo das drogas, a reprovação escolar de um filho, a separação conjugal, perda da bagagem no aeroporto, batida no carro novo, o chefe que nega seu projeto...
40 anos, muitos patriarcas, já se encontram na 3ª idade, os acometimentos desta, os levam ao falecimento, e aí o sofrimento da perda; acrescido da emoção pelas conquistas dos filhos acompanham este período...
50, 60 e 70.... vive-se a dor da perda de um companheiro de muitos anos, o casamento dos filhos, nascimento dos netos e bisnetos e aí... tudo é motivo para que “elas” estejam presentes em nossas vidas: conquistas, derrotas, perdas, solidão, depressão, dor física, datas passadas e re-lembradas, saudades, abandono dos filhos, a contagem regressiva... tempos que não voltam mais!

Ah que bom se a vida pudesse ser mensurável e assim, se pudesse prevenir e/ou evitar o momento em que se chora.... Mas não é assim... Quantas crianças choram a perda da separação dos pais já tão novas? Quantas pessoas sofrem com a dor física e depressão aos 20 anos? Quantos já não sofreram com a perda de um ente ou grande amigo, precocemente?
A emoção humana não escolhe idade, sexo, tempo de vida, ela vem sob forte, significativo e individual motivo. E a cada Ser Humano, em seu tempo, à sua maneira, sob maior ou menor intensidade. E nem sob o choro, principalmente por ele, se tem controle dos atos. É importante destacar que as estruturas envolvidas com a emoção se interligam intensamente e que nenhuma delas é exclusivamente responsável por este ou aquele tipo de estado emocional. No entanto, algumas contribuem mais que outras para esse ou aquele determinado tipo de emoção. Em nosso cérebro há duas estruturas responsáveis pelas emoções: a Amígdala – uma pequena estrutura em forma de amêndoa, situada dentro da região antero-inferior do lobo temporal, que se interconecta com Hipocampo, Núcleos Septais, Área Pré-frontal e Núcleo tálamico. Essas conexões garantem seu importante desempenho na mediação e controle das atividades emocionais de ordem maior, como amizade, amor e afeição, nas exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados de medo e ira e na agressividade. Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão. A outra estrutura em destaque é o Hipocampo – que está particularmente envolvido com os fenômenos de memória, em especial com a formação da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, às vezes, para sempre). Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são destruídos, nada mais é gravado na memória. O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém recebida.
No entanto, toda esta explanação é para “falar” mais diretamente, aos pais da Primeira Infância, com filhos entre 04 e 07 anos de vida, que, por sua vez, começam a consolidar, entender e viver com intensidade os sentimentos. Nesta fase, a morte de um animal de estimação, a saída de um colega de sala, a demissão da babá, a separação dos pais, o brinquedo perdido / quebrado, a gestação da mãe, professora, madrinha ou tia muito próxima, a incompreensão dos pais, diante de um desejo, tudo toma uma proporção maior; e que, dependendo da administração familiar e escolar, este sofrimento pode ganhar dias e meses a fio, levando a quadros precoces de Depressão Infantil.
É preciso “saber ler” o choro e a dor da criança com sua real importância, que, por não saber externar, nem mesmo distinguir locais, transpõe tal apatia a todos os ambientes em que vive. A investigação deve ser minuciosa, pois o leque de possibilidades é grande. Muitas vezes, os pais, por serem leigos em tal “leitura”, acabam por omitir dados e recorrem à escola, como único ponto de conflito para o filho. Não, as coisas não podem caminhar desta forma e a sugestão é, mais uma vez, a parceria Família – Escola, para trilhar esta investigação. É preciso identificar o período que este acometimento vem “se arrastando” e aí, dentro deste, saber identificar alterações vividas e ocorridas, em ambos os ambientes. É preciso coerência e transparência no fornecimento de informações. Não se pode deixar de pensar que na educação não existem culpados, existem erros cometidos, às vezes inconscientemente, acreditando-se estar agindo corretamente. A comparação ao amigo, irmão ou primo é inviável, afinal cada um é único em seus sentimentos. A produção lacrimal envolve inúmeros aspectos emocionais e fisiológicos necessários ao organismo. Não se deve cercear o choro de uma criança, sem ser investigado o motivo; não se deve acreditar que por tudo se chora, sem saber o que está desencadeando este choro – a criança pode estar em sofrimento, assim, qualquer motivo é porta aberta, à manifestação emocional – ela pode estar triste, por um dos motivos acima citados e na escola, diante de uma lição, com o tema presente, ela chora, e aí não se sabe o motivo deste.
A escola é o momento de maior interação e convivência da criança com o social, independente do tempo em que ela lá permanece, por isso, tudo que se vive em casa e que pode vir a fazer parte de uma alteração comportamental da criança, deve ser trazido ao ambiente escolar, não como motivo de especulação e invasão de privacidade familiar, mas é para que os profissionais que com ela estão, estejam cientes que esperadas e possíveis reações, têm um motivo, e aí saber como trabalhar, evitando, se for o caso, que o tema venha a surgir (como a professora que pode “evitar” um tema de estudo, sabendo que o mesmo poderá gerar incomodo interno ao seu aluno). A comunicação Casa – Escola deve ser constante, caso contrario identificar o motivo deste choro, após algum tempo, toma uma proporção tão grande, que a frase mais tranqüila é: “ah ele chora por tudo...” e às vezes não é assim, a criança tem um motivo para externar seus sentimentos, ajude-a!
Valesca Souza
Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia
e-mail: valescasouza@gmail.com