A todos, Feliz Ano
Novo. Há algum tempo os textos e informativos desta época do ano são voltados
às boas vindas à Escola, ao ano, ao Berçário, bem como elucidar pais,
professores e educadores que, a cada inicio de ano todos são, “Marinheiros de Primeira Viagem”, não
importando idade, posição familiar do filho (do primogênito ao caçula de quatro
irmãos), anos de sala de aula ou de cadeira discente; ou seja, cada turma é
única, cada aluno e único, cada pai é único diante de um filho, cada
profissional é único em seu modo de agir, pensar, expressar e ser feliz!
A cada final de ano
se recebe inúmeras mensagens reportando-se à reflexão, “balanço anual”,
“limpeza”, organização, projetos e levantamento do que foi feito durante o ano
e expectativas para o ano vindouro – todas com desejos de sucesso e realização
para os dias que se seguem.
Neste momento se
faz pertinente um “elo de boas vindas”
a dois pólos extremos da Educação Infantil: o ingresso no Berçário e o final do
primeiro ciclo, da primeira etapa rumo ao ingresso no Ensino Fundamental. Dois
mundos, dois “perfis de pais”, duas vivências, duas conquistas, duas rotinas,
aparentemente opostas, mas singulares e semelhantes quando se fala de:
ansiedade, adaptação, buscas focadas em um único objetivo: medo de errar ao optar por uma dentre as milhares de escolhas. Escolher
e optar pelo ingresso no Berçário aos quatro meses é tão desgastante
emocionalmente, gera tantos conflitos internos, medos e inseguranças quanto
escolher a Instituição adequada para ingresso no Fundamental. Indicação, espaço
físico, área de lazer, estimulação, cuidados, higiene, e seguir a “tradição
familiar”, conhecer as capacitações dos profissionais, tempo de atuação, segurança,
se a Instituição passa por algum processo administrativo, esmiuçar cada
clausula do contrato, saber o que a Instituição tem a oferecer
extra-curicularmente... são aspectos vividos por estes “dois pais” – ou seja,
poder caminhar com tranqüilidade na certeza de que se fez a escolha certa.
Entre escolhas e
incertezas, paira outro “medo”, entre os dois pólos, chamado: ansiedade. E esta em relação ao filho: a
mãe do Berçário que teme que as tias não saberão “identificar”, reconhecer e
amenizar a manha, que parece tão única de seu filho, enquanto que a mãe do
ultimo ano, teme que o filho não “acompanhe” o pedagógico, que não leia, não
conte não tenha domínio diante da “forma” e da “cursiva” – afinal esteve na
formatura do ano anterior e se diz: “Nossa, mas esta turma é muito precoce, no
final do ano que vem, meu filho não irá ler o juramento”.
Ao longo do ano me
deparo com os mais diversos “perfis familiares” encontrando outra semelhança
entre estes “dois mundos” tão distintos: dominados pela inconsciente insegurança
e “medo” de perder seu filho para o carinho das tias, ou de deixar o “colo da
Educação Infantil”, adia-se a busca, protelam-se os dias e usam-se de inúmeros
argumentos para não se encarar. Vejam: “Ah! Ia colocar no Berçário em
fevereiro, mas minha mãe ficou doente, só de pensar que não mais cuidaria dele,
então, verei isso em julho”, “Ia ver Escola agora, mas vou reservar parte do
meu salário e esperar o segundo semestre, assim, já estou prevenido”, “Minha
amiga colocou o dela agora, vou ver se ele se adapta e se não há nenhuma
reclamação, como consegui entre licença e férias, mais dois meses, até lá eu
vejo”, “O amiguinho da turma que se formou foi para um Colégio grande, vou ver
o que a mãe fala, e qualquer coisa vou visitar, lá pra outubro”. E por aí
seguem; no entanto, em um segundo momento, pais, trocam filhos de Escola pela
decepção da escolha, problemas individuais com o filho (o que não se teve com o
mais velho) dentre muitos aspectos.
Diante de tantas
incertezas, duvidas, inseguranças estas boas vindas e inicio à tomada de
decisões é também o momento de busca e um único pedido a vocês, pais: o respeito ao momento interno de cada um de vocês. Um
filho espelha-se em um pai que tem em si a segurança interna necessária para
uma tomada de decisão. A unicidade de um momento está não só naqueles que
fecham os olhos seguramente quando uma decisão foi tomada sob a ciência
familiar e não por ter sido feito sob pressão, indicação, falta de tempo e
opção já que o medo interno fez com que o filho fosse relevado a segundo plano.
Não se sintam mal
julgados por escolher o Berçário ou o Ensino Fundamental diferente da
indicação, tradição, desagrado familiar ou diferente daquela que seu outro
filho passou ou se encontra – seja qual for o motivo. Sejam únicos na escolha,
afinal, os filhos são únicos em essência. Medo no momento de uma escolha
assertiva existe em todos os momentos da vida, mas acreditem: seus filhos irão adaptar-se com muito mais
facilidade ao local onde você irá transmitir-lhe segurança desde a escolha.
Esta vem de dentro, não adianta matricular por conveniência para fazer “bonito”
ao gerente da empresa, que matriculou o filho em Escola Classe A , para
ter assunto “de nível” para levar ao salão de cabeleireiro, influencia,
insistência de outros e no momento seguinte, omitir-se, por não concordar e não
participar da vida acadêmica do filho, só para não curvar-se à certeza de uma
escolha imatura. Faça neste momento, a autoreflexão de seus acertos e erros
deste ano que acabou de passar, viva esta escolha com verdade e autenticidade,
afinal, a firmeza de um pai, o
reconhecimento de um erro, auxiliam na criação de filhos maduros, certos,
seguros de suas decisões e felizes. Pais inseguros, fracos, omissos, que
agridem os filhos com suas ausências e que pouco posicionam-se diante das
escolhas, desde o ingresso no Berçário, geram filhos indecisos e aquém de suas
capacidades no futuro: “Pra quê vou estudar e me dedicar, meu pai nem liga, pra
que vou participar da festa de formatura da Faculdade, meu pai, nunca foi à uma
festa de final de ano e minhas apresentações”.
Um excelente ano a
todos, com votos de sucesso na escolha e decisão de cada família. E a todas as
turmas que com compõem a Família Nosso Cantinho – meu Sejam Bem Vindos, com
tudo de melhor em cada momento de 2012.
Valesca Souza
Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia
e-mail: valescasouza@gmail.com
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