sexta-feira, 23 de março de 2012

PASSEIO A CIDADE DA CRIANÇA

ABRIMOS NOSSOS PASSEIOS DE 2012 COM A VISITA À CIDADE DA CRIANÇA, TOTALMENTE RESTRUTURADA E REVITALIZADA. 
PARTICIPARAM DESSE PASSEIO OS ALUNOS DO MINI AO JARDIM II, ACOMPANHADOS PELAS TIAS LEANDRA, LEILA, VIVIANE, ÂNGELA E PELA TIA CYBELE.
FRETAMOS UM ÔNIBUS NOVO, OBEDECENDO A TODAS AS NORMAS NECESSÁRIAS PARA QUE AS CRIANÇAS FOSSEM TRANSPORTADAS COM TOTAL SEGURANÇA. MESMO COM A CHUVA QUE CHEGOU NO FIM DA TARDE AS CRIANÇAS APROVEITARAM MUITO ESSE PASSEIO!
REGISTRAMOS ALGUNS MOMENTOS PARA QUE OS PAIS, SEMPRE TÃO ANSIOSOS, POSSAM CURTIR UM POUQUINHO...






























EQUIPE NOSSO CANTINHO!

segunda-feira, 5 de março de 2012

O elo perdido, e agora, como ficam as cabecinhas?....


De repente um fato: não se divide mais a cama, o guarda-roupas sobra espaço, os porta-retratos vêm sendo re-arranjados e as fotos substituídas, dinheiro entra em conta sob um calculo milimetricamente feito à base dos 50%, a casa vive sob um “incomodo” silêncio (que se define como “alivio”) sem discussões, gritos, ofensas e portas batidas, o relógio parece ter parado, afinal: faz, arruma-se e ainda sobra tempo para assistir TV. Mas, ao mesmo tempo, internamente, há um vazio, cuja memória insiste em trabalhar no vaivém da recordação de momentos, festas, encontros, churrascos em família, amigos conquistados, amigos em comum naquela noite de fondue e as crianças naquele auê, aquele ‘queijo em vinho’ sem filhos que terminou em uma noite inesquecível. De repente uma arrumação na biblioteca, no tempo ocioso do final de semana, e despenca uma caixa sobre a cabeça... o álbum de casamento com imagens e pessoas que, quando comunicadas, irão fazer inúmeros questionamentos do porquê dos porquês... Por outro lado, a busca desenfreada pela compra mais barata de novas mobílias para se decorar um minúsculo apartamento, agora a ser adaptado para uma pessoa, com visitas esporádicas dos pimpolhos. O reconhecimento do bairro em busca da proximidade da lavanderia, padaria e mercadinho... não, voltar para casa da mãe nem pensar... anos depois, a busca é pela liberdade e espaço próprio.
É, chegou a hora do social saber: o casamento acabou...
Mas as citações acima revelam alguns dos mínimos movimentos e alterações que a nova realidade traz. No entanto, este contexto traz a maior dificuldade: como ficam os filhos diante deste novo cenário? Certamente o eterno e constante preocupar-se fará parte do dia-a-dia deste...quer dizer... opa... não se pode mais dizer deste casal... claro, destas duas pessoas que devem priorizar o fato de que a separação ocorreu entre o homem e a mulher e não entre o pai e a mãe. E, por mais que não haja convivência diária e troca / divergência de idéias, um lado não pode ser mudado: pai e mãe devem sempre falar a mesma língua e discutir sim, quando o assunto é a educação dos filhos.
Hoje em dia se vê inúmeros casos de separação bem e mal sucedidos; inúmeros casos de restrições, proibições, limitações, coações, criados pelo homem e pela mulher, tendo como parte central a criança; onde, o egoísmo, a raiva, magoa, rancor e luto da separação faz com que estas pessoas abortem o fato de que há como pano de fundo para todos estes movimentos de insanidade um Ser Humano, em conjunto e isoladamente, vivendo o luto pela distancia de se ter unidos pai e mãe: os filhos. E, neste momento, a mediocridade de um pensamento e o egoísmo em favor próprio pode chegar a extremos: onde está hoje Isabella Nardoni mesmo?
Por outro lado, a lucidez, sensatez e compreensão de que casas diferentes, mundos distintos, paz, harmonia favorecendo a si e aos filhos leva a inúmeros modelos bem sucedidos das “modernas Família Mosaico”. Há anos convivi com uma família que uniu os três dele, com as três dela, inusitadamente foram para uma lua de mel a oito e hoje vivem a docilidade do mais velho dele ter se casado com a mais velha dela, e terem um lindo neto, com a participação do ex dela, ex dele, das famílias... todos em união.
Há casos e casos, situações e situações, do extremo ao comum, do sensato ao insano, do tranqüilo ao mais dificultoso, em fração de meses, quando se tem conhecimento do novo relacionamento do (a) ex, do egoísmo e da inadmissão de ver um filho falar bem do (a) namorado (a) da mãe (pai): “ela não pode dar banho no meu filho”, “ele não pode dar um chocolate ou um livro para minha filha”, “alô, é da escola? Se o pai for buscá-lo acompanhado, impeça e me comunique imediatamente”, “está decidido, ela terá duas festas, com o mesmo tema, mas eu não abro mão da presença da minha namorada e não vou ficar aturando você aos beijinhos com seu novo ficante”... Vejam quanta sandice....
Enquanto não se teve o cuidado de minimamente escolher um lugar (tranqüilo, de preferência familiar, até mesmo a própria casa, onde a criança possa exprimir toda e qualquer reação, sanar toda e qualquer duvida, sem restrições e constrangimentos), sentar pai e mãe, em conjunto, relatando à ela a nova realidade. De preferência com telefones, todos, desligados com tempo disponível, sem agendamento de compromissos posteriores, em que se tenha que recorrer ao relógio a cada instante. Ah, e se tiverem outras pessoas morando junto (avós, tios, empregado), que seja solicitada a saída do local.
A criança deve ser respeitosamente, a primeira pessoa a saber da decisão tomada. Caso isso não seja possível (pois avós, tios e alguns amigos já sabem em primeira instância), que sejam os pais, os portadores da noticia. Sugere-se pai e mãe juntos para que a informação não seja transmitida com requintes de magoa, ofensas e sentimentos advindos do homem e da mulher. Sugere-se, ainda, que este momento não seja ministrado por familiares para que não haja tendências, tonalidades de voz maliciosas, que a criança, sabiamente, tem o dom de perceber. Em caso de extrema dificuldade da “união” destes pais para esta conduta, que se tenha a presença de um mediador neutro, de conhecimento da criança, mas que não tenha qualquer relação mais intima nem com o pai nem com a mãe (irmão dele, irmã dela, colega de trabalho dele (a). Sugere-se ainda, que não sejam transmitidas informações “floreadas”, como um lindo “conto de fadas” – que se almeje sim, um final feliz, mas que não sejam transmitidas à criança promessas de presentes, passeios, prêmios, para seu bom comportamento. Dados de ordem pratica, envolvendo sentimentos (“papai e mamãe não são mais namorados e não irão morar mais na mesma casa”) e de ordem pratica (“a partir de agora você terá duas casas, dois quartos, irá ver o papai / mamãe, em alguns dias, mas poderemos fazer ‘acordos’ dependendo da situação”), devem ser foco principal da conversa.
Deve-se haver a permissão e liberdade para telefonemas em qualquer momento, por qualquer motivo (vontade, saudade, anunciar um dado novo, desde que não seja um novo relacionamento ou viagem – isso deve ser feito pessoalmente com a criança). Nos mesmos não devem ser feitas criticas / colocações em relação ao movimento / comportamento do outro (“nossa, você está no Mac Donald’s em plena terça-feira, sua mãe não faz mais comida para você não? – lembre-se, você não participa, e não deve mais participar, da rotina de seu ex, e não sabe o que o motivou a tal comportamento).
Todos os detalhes devem ser transmitidos à criança, sem justificativas longas e de difícil compreensão à ela – deixe que ela explore o assunto com suas duvidas, que vocês irão responder a todas, sem criticas paralelas e entre dentes (“tá vendo, ele está chorando porque você provocou toda esta situação”)... não se esqueça, a separação não aponta culpados na rigidez dos 100%, se não deu certo há um erro de 50% de cada um, não importa o motivo em que ela ocorreu.
Em um segundo momento, a família próxima (avós, tios, padrinhos) devem ser comunicados (se ainda não ocorreu), sob a orientação de que não sejam exprimidas opiniões, criticas e comentários negativos em desfavor ao outro. Isso só diz respeito à criança. Um mal passo paterno, um gênio forte materno, intolerância de qualquer lado, caráter, má administração do lar e do casamento, maus tratos, vícios, desconfortos de um e de outro, são movimentos adultos. A criança já tem fincado o amor e papel de pai e mãe, não denigra esta imagem, deixe que ela, com o tempo, forme sua própria opinião, com relação às ações, atitudes e convivência com pai e mãe. Se o pai possuir, por exemplo, um vicio, mas é para criança seu “ídolo”, pois senta e desenha com ela, não manche esta imagem, deixe que ela coloque o seu juízo de valor, em relação ao vicio do pai.
A Escola, após ou paralelo aos filhos, deve ser comunicada em reuniões agendadas e nunca em agendas e portão. De preferência com os pais em conjunto, novamente – ali está o pai e a mãe do aluno X, falando de sua rotina a partir da separação. E aqui, não cabem apenas questões burocráticas de alteração de envio de carnês / comunicados / circulares. É preciso saber como serão as visitações (criança que passa final de semana com o pai / mãe, independente da circunstância, via de regra, apresenta alteração comportamental na segunda-feira), se haverá alterações na rotina semanal, como a criança reagiu; bem como é obrigação da escola informar sobre qualquer alteração observada.
É importante que comunicados por telefone (como quedas e febres, possam ser tranquilamente transmitias e a qualquer um dos dois, sem comentários negativos, em relação à conduta tomada com a criança na véspera: “é sempre assim, toda vez que tá com ele é isso, febre, ele não mede a quantidade de sorvetes que dá pra menina” – a Escola não precisa ouvir isso, está ali apenas como porta-voz de uma informação de seu filho, o fato está consumado, os culpados, não interessam à escola). É importante que seja mantida a relação de presença e participação do pai, mediante eventos / festas / interações para com a Escola – Pais, vocês não sabem o quanto muda a auto-estima e volição de seu filho quando você está na Festa Junina vendo-o dançar – esqueça temporariamente que ir à festa significa encontrar a ex-sogra, vá pelo seu filho... mais tarde ele irá te agradecer com o coração.
Falar de separação e alterações conscientes e inconscientes que este processo causa internamente nas vidas do homem, da mulher e filhos é estar em constante orientação. Questões advém das formas mais diversas, e por isso, sugere-se a busca de auxilio profissional. Em caso de crianças mais velhas, muitas vezes, é interessante colocá-las em terapia antes do “anuncio oficial”, para que alterações possam já estar sendo trabalhadas. Este é um relato de conscientização e orientação – apresente-o a amigos, familiares, colegas que estejam inseridos neste cenário – infelizmente, tão comum nos dias de hoje. É claro que todas estas informações não surgem apenas das vivencias profissionais. A leitura deste vasto conteúdo é bastante extensa e para tanto hoje destaca-se: “Manual de pais e mães separados – guia para educação e felicidade dos filhos”, Marcos Wettreich, Editora Ediouro, 165p.
Como em todos os processos e momentos do desenvolvimento emocional, o que se busca é a felicidade de todos, bem estar e harmonia. Boa sorte nesta nova jornada. Mas jamais esqueçam de seus filhos.


Valesca Souza – CRP 06 / 50721 – 3
Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia