segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quem ama Confia... o Ingresso no Berçário!

OS DOIS CAVALOS

Na estrada de minha casa há um pasto. Dois cavalos vivem lá. De longe, parecem cavalos comuns, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego. Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo – um cavalo mais jovem... Se ficar observando, ouvirá um sino. Procurando de onde vem o som, verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor. Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele. Ambos passam os dias comendo e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo. E você percebe que o cavalo com o sino está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, pára para que o outro possa alcançá-lo. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo... Algumas vezes somos o cavalo cego guiado pelo som do sino... Outras, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho... Autor desconhecido

Inicio este papo excluído qualquer comparação, mas pensando em analogias.

Receber a noticia da gestação, gerar e cuidar desta por nove meses, preparativos, intempéries emocionais e psicológicas que o período traz, chorar e sorrir como uma constante, sem explicação, vontades alimentícias inoportunas, alterações corporais, conviver com mudanças que vão além do que se imagina – surtirão, certamente, em momentos inesquecíveis por toda vida de uma mãe e de um pai também – que compartilha da mesma vivência!

Ao nascer, perguntas e medos continuam a rondar a cabecinha dos pais: “É perfeito? Tem cinco dedinhos em cada mão e em cada pé? Será que vai pegar a primeira mamada? Qual o peso, altura? Tem icterícia? Sairá comigo da maternidade não é?”

Ao chegar em casa a constatação: “E agora? Ele não veio com manual de instruções... o que eu faço primeiro?”. Choros, medos e insegurança continuam, afinal um Ser Humano de pouco mais de 2 / 3Kg está em seus braços, dependendo única e exclusivamente de seus cuidados.

Cólicas (às vezes), choros de madrugada, noites pouco dormidas, visitas inoportunas, avós competindo para ensinar e “disputar” este momento, receitas caseiras, escolha do pediatra, primeira vacina (que dói mais na mãe do que na criança), roupas e fraldas tamanho “P”, mas que nos primeiros dias são enormes, o medo de não “ganhar peso”, acreditar que o leite é fraco, dar ou não a chupeta, deixar dormir no berço ou no carrinho, no seu quarto ou no dele, ligar ou não a babá eletrônica, abrir ou não cortinas durante o dia, fazer ou não barulho, passar um dia todo de pijama, com cabelo preso e corretivos para disfarçar as olheiras diante das visitas (você que há nove meses, já acordava de salto, maquiagem e toda semana estava no cabeleireiro) – tudo acontece nos dois primeiros meses – que passam como um furacão!

Terceiro mês de vida. Rotina, quase estabilizada, horários quase como um relógio.... hora de viver a angústia dos próximos dois ou três meses que virão – fim da Licença Maternidade!

A “corrida pelo Berçário” começa a fazer parte do assunto do almoço, jantar e madrugadas do casal! Indicações, valores, espaço, higiene, qualidade, localização, tradição, escola que se estudou, alimentação oferecida, desmame diurno – tudo fará parte desta verdadeira maratona.

Noites de insônia surgem, enquanto o bebê já dorme com maior espaçamento de horários, mas a falta de coragem em deixá-lo com estranhos é o que mais “pesa” no momento da decisão. “Mas... e se ele não se adaptar?” é a pergunta que eu e todos os donos de Escola, mais ouve neste momento. Será que é ele mesmo? A Adaptação é dos pais, é da mãe. O pai, muitas vezes, já não agüenta tantas lamurias sobre o mesmo tema. Será por que os homens são mais insensíveis? Não, .. este é um momento mais delicado com certeza, mas o pai já retomou sua rotina profissional, por mais que esteja sempre presente, enquanto que a mãe teve um tempo maior e consolidou a relação mãe / bebê com mais intensidade.

Mamãe, é hora de retomar o salto alto, traje profissional, idas à manicure enquanto seu bebê está muito bem cuidado pelas “tias do Berçário”. É o momento de deixar valer realmente os motivos que te fizeram escolher este e não aquele Berçário. O mais importante é, retornando ao texto inicial, acreditarmos que você e seu filho são, neste momento o “cavalo cego” e a escola é o “cavalo com sino no pescoço” que irá lhe orientar pelos caminhos do ingresso na vida acadêmica, confie, acredite, liberte-se da insegurança; pois lá na frente, quando seu filho estiver no momento da formatura, lendo em um palco para tantas pessoas, este “cavalo com sino” terá a certeza de que o trilhou, fazendo com que ele naquele momento, passasse a seguir seu próprio caminho. Mesmo profissionalmente, a Escola, com a convivência, passa a amar seu filho, por isso, “ame e confie, sem medo de sofrer” em quem está ali apenas para transmitir amor e carinho, cuidando, alimentando e trocando caricias com seu bebê! Bem vindos ao Berçário.

Valesca Souza

Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia

e-mail: valescasouza@gmail.com

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O MISTÉRIO DAS FANTASIAS DE CARNAVAL

A origem das fantasias carnavalescas no Brasil é um mistério. Alguns pesquisadores dizem que o uso remonta ao ano de 1870 e que eram usadas por homens e mulheres para se embelezarem, celebrarem, celebrarem a alegria, esconderem suas verdadeiras identidades e . é claro, chamar a atenção de todos. Também há relatos de que tudo começou no Rio de Janeiro, fruto de dois rapazes: um deles usava roupa de fazendeiro e fingia açoitar o outro, que se passava por escravo, ornamentado inclusive por correntes. Isso teria acontecido pouco antes da abolição da escravatura, em 1888, quando o Carnaval já seria usado para se fazer críticas de cunho político.
em 1930, o uso das fantasias e máscaras começou a declinar, em virtude do encarecimento dos ornamentos para confecção e demais utensílios, como sapatilhas, quepes, etc. Assim, pouco a pouco, as fantasias foram sendo reduzidas em nome da liberdade dos movimentos e do calor característico da época em que a festa é realizada no Brasil. Mas uma coisa é certa: o Carnaval se tornou a maior festa popular brasileira. E são várias opções de espetáculos, como desfiles de escola de samba, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo; blocos de rua no Nordeste; e festas de salão, que acontecem por todo o Brasil.
E falando em festa de salão, no próximo dia 04 de Março estaremos realizando o nosso Baile de Carnaval no Nosso Cantinho à partir das 14:00h com muita música e alegria.
Os alunos do período da manhã devem trazer a fantasia na mala, já os alunos do período da tarde deverão vir fantasiados. Lembramos que o uso da fantasia não é obrigatório.
Aproveitamos para desejar a todos um excelente Carnaval!

Equipe Nosso Cantinho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

EM NOME DO BEM-ESTAR E DA FAMÍLIA - A CHEGADA DE MAIS UM BEBÊ

Amigos leitores, para mim, falar de criança é sempre retratar o mágico, a aprendizagem e a sabedoria que esta convivência nos traz – seres adoráveis, encantadores, motivo de nossa eterna preocupação. Criança – “Criar Esperança” – esperança de futuro, novos conceitos e desafios a todos.

Vez por outra sou procurada por pais que, “às vésperas de darem a luz ao segundo ou terceiro filho”, buscam aconselhamento sobre como lidar com o primogênito quando o caçula chegar. A todos nunca deixo de dar uma dica inicial: na época do nascimento, investiguem o mais velho sobre algo que ele queira muito ter (um brinquedo, ou algo marcante temático para o momento – como um estojo da Barbie, uma toalha de banho do Ben 10, nada muito caro, pelo alto custo que já possuem com os preparativos do novo bebê); leve esta lembrança à Maternidade e no primeiro contato do mais velho com o irmãozinho entregue-a, dizendo que é um presente trazido a ele pelo irmão; assim, os laços de união, fraternidade e amizade entre eles começam a se fortalecer a partir dali. “Mas, e se ele perguntar como o irmão trouxe se estava dentro da barriga?” – vocês podem estar me perguntando. E para que vocês não sejam pegos de surpresa na Maternidade, saibam: “a consciência de que a barriga da mãe cresce porque ali dentro está um Ser Humano se desenvolvendo, como foi com ele” deve ser transmitida desde o início. Mas neste momento, busquem o lúdico. Que tal “citar” os anjos como mensageiros do novo bebê sendo os anjinhos que lhes informaram? Pode ser uma boa!!

Uma segunda dica é nunca esquecerem deles no momento da compra de algo para o bebê, nem que seja algo pequeno e barato, mas para eles sempre há uma importância grande ao saberem que compraram objetos e utensílios necessários aos bebês, mas que eles jamais serão esquecidos.

Às crianças nunca deverão ser ditas meias verdades. Desde o início da gravidez deverão saber o que está acontecendo, afinal nas próximas 40 semanas mudanças ocorrerão e o irmão mais velho é parte integrante destas: a chegada do novo enxoval e mobílias, mudanças na decoração do quarto (quarto este, que antes era único do filho mais velho), pessoas ao telefone buscando informações do bebê, alterações hormonais da mãe (enjôos, inchaços, sono, cansaço), escolha do nome, chá de bebê, escolha da maternidade, ultra-sonografias...

Ufa! Olhem só tudo que uma família passa durante 40 semanas. Por isso, muitas vezes, o filho mais velho, protagonista durante os últimos tempos, passa a ter papel de figurante neste momento; ou ainda, os pais despreparados para esta nova etapa, acabam por deixá-lo de lado ou mesmo deixam para a Escola a missão de preparar o filho mais velho para chegada do irmão.

Enquanto Equipe responsável pela formação ética e moral destes pequenos cidadãos, a Escola já trabalha alguns pontos com este aluno:divisão de brinquedos, atenção e carinho dos profissionais que ali estão, com os demais colegas. No entanto, quando esta situação é vivida em casa, tudo muda. Assim, aos pais, segue a sugestão de nunca mencionar esta questão, afinal, dizer ao filho: “não se preocupe, pois mesmo com a chegada do seu irmão, nós nunca vamos deixar de gostar de você”, ou ainda “agora você terá que aprender a dividir seus brinquedos com o irmãozinho” – pode gerar nele, a sensação de incapacidade nesta competição, pois mesmo não tendo-a vivido, ele já deve ter presenciado um outro casal dispendendo-se aos cuidados de um bebê e irá imaginar que em sua casa não será diferente, e, portanto, seu espaço poderá ficar escasso.

Volto a dizer, este é um trabalho que deverá ter início logo no começo da gestação, e aqui vai um recadinho aos papais: “é chegada a hora de vocês mostrarem a que vieram! Seu número neste cenário é como se fosse a cena principal de um grande espetáculo. Exerçam seus papéis de pais com todo carinho, não só após o nascimento. A criança precisa da sua confiança para que a separação da mãe, no período em que estiver na Maternidade, não ocorra sob traumas. Vocês papais terão, junto com as mamães, o desafio de orientar seu filho de que seu lugar estará assegurado, mesmo que um novo bebê “invada” a rotina de vocês. Não podemos deixar de lado o fato de que vocês também estão em segundo plano (lembram quando o mais velho nasceu?!!), só que agora vocês terão um companheiro neste momento de alegrias, preocupação neo-natais, mas também de muita solidão.

Todos sabem que uma base bem construída resulta em uma obra brilhante. Por isso, tratem este momento como único. Vocês viverão uma nova etapa, mas que os dará o título eterno de “Pais de primeira viagem”. Estejam prontos não só para a chegada do mais novo, mas também para alterações comportamentais que o seu mais velho possa vir a apresentar. Vocês sabem qual a emoção de uma gravidez (boas sensações e os sentimentos de angústia que esta lhe trouxe), mas seu filho não. E a maneira que ele encontra para manifestar este novo sentimento pode vir de diversas formas: regressões, incontinência urinária, pedido pelo uso de chupetas e mamadeiras (ou sem nunca terem usado, ou após já tê-las deixado), fala infantilizada, sono agitado, “agarrar-se a um amuleto” (paninho, bichinho), vínculos com Amigos Imaginários, recusa a um alimento (antes ingerido normalmente), incorporação do caráter de um personagem de livro e/ou TV, entre outros.

Promovam – e NÃO obriguem – a participação deles nos afazeres com o irmão. Lidem com naturalidade com a questão do ciúme (tão normal, mas que se cerceada de maneira incorreta, poderá trazer comprometimentos à vida adulta – tanto ao mais velho quanto ao mais novo).

Ah! um momento a ser pensado com carinho: os primeiros meses do bebê somados à ida do mais velho para Escola. E aqui tenho N histórias para relatar, até de mães que se trocavam para ir ao trabalho só para o mais velho não ter a sensação de que a mãe o levaria e voltaria para casa para ficar só com o irmãozinho. Mais uma vez, deixe o diálogo falar mais alto, expliquem para o mais velho sob os cuidados que o menor ainda precisa. Elucidem e incentivem-no a ir à Escola para aprender e ensinar o irmão e contar aos amiguinhos e “tias” sobre o caçula.

Portanto, do momento em se sabe que está grávida até... usem, abusem e jamais esgotem o poder do diálogo. Ser Pai e Ser Mãe é ter, acima de qualquer coisa, a certeza de que ensinamentos foram passados, e para tal temos a palavra tão e tão mágica quanto “Ser Criança”, quanto “Criar Esperança”. Que com esta chegada esperanças sejam criadas, não só de um futuro melhor, mas, acima de tudo, de que nossas crianças vivam esta fase e dela se recordem mais tarde com a saborosa sensação de que: “Fui criança e devo isso a meus pais”.

Dica de Leitura: “Pais brilhantes, professores fascinantes” – Augusto Cury. Ed Sextante.

Valesca Souza

Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia

e-mail: valescasouza@gmail.com