quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

“Recado às mães do Mini Maternal de 2011” O novo que assusta... mas a gente se acostuma!

“Há cerca de dois anos um exame positivo confirmava o sonho: um filho a caminho. No inicio do ano, nosso filho, aos 04 meses, estava indo para seu primeiro Berçário e hoje, acabamos de sair da reunião final: ano que vem ele deixará o Berçário para uma nova etapa... e agora? Temos medo”.

Caros Leitores, a frase acima mais parece frase de “Blog’s de auto-ajuda”, encontrados na internet... mas sabemos que estes questionamentos rondam muitos pais que hoje, temem pelo que chamamos de “inicio da independência”, mas ao mesmo tempo, pensam que seus bebês ainda são muito bebês!!!

Só para relembrar: quais foram os pontos fortes que levaram vocês à escolha do Berçário? Acredito que itens como: higiene, espaço, cuidados, segurança, nome, indicações, carinho, confiança, simpatia de todos os profissionais e, é claro, dinheiro, endossaram esta lista. Então, a Escola não mudou, portanto todos os itens acima continuam assegurados, por isso, o que temer no próximo ano?

A partir do próximo ano seu filho (e vocês também) entra em mais um período de adaptação, mas com uma grande vantagem – em um espaço familiar, seguro e conhecido, tanto por vocês, como pela própria criança – ou vocês esqueceram que a chegada à Escola, portão, aos braços das tias... já traz ao seu filho, a segurança de que está entrando em um ambiente familiar?

“Mas será que ele vai se acostumar com as tias e com a nova rotina?” E minha resposta à esta pergunta, está em outra questão: “Será que vocês não estão com medo de não simpatizarem-se com as novas tias, nova rotina, acharem que não poderão ligar mais cinco vezes durante o dia para saber da papinha, cocô, febre...? Será que a ansiedade pela nova rotina, não está tornando vocês temerosos e por medo de assumir, ‘jogam’ para o filho de vocês o ‘não adaptar-se’?”

Adaptar-se não está somente no fato de ter que levantar mais cedo para arrumar a malinha de seu filho e prepará-lo para deixar na Escola e à tarde mudar o trajeto do trabalho para casa. Está no interior de cada um, no aceitar que a separação já fez bem e foi necessária a todos. A criança, esta sim, sendo um bebê de quatro meses, um ano ou um aluno saindo do Jardim II, está entre pessoas e princípios essenciais ao seu desenvolvimento psíquico e emocional. As tias, outras crianças, novas atividades, o lúdico, pedagógico, banho de sol, regras, limites, respeito ao outro enquanto Ser Humano são mais do que necessários nesta primeira fase da vida, docemente denominada Infância.

Adaptar-se é nada mais do que aceitar o novo como bem-vindo e salutar. Uma família adaptada traz como conseqüência, uma “criança facilmente adaptável”, seja na Escola, seja às mudanças que a vida lhe oferecerá na fase adulta. Já uma família que cria resistências internas, como por exemplo, o lamentar semanas antes a separação, gera uma “criança insegura” desnecessariamente, neste momento, e problemática daqui pra frente, onde para ela, adaptar-se ao novo irá alimentar angústias, medos e receios, que poderão impedi-lo de um melhor aproveitamento e desempenho.

E neste momento não falo somente da vida acadêmica, hoje a mãe que se sente insegura e pouco adaptada está criando um filho que, em festas infantis, por exemplo, estará agarrado a si, sem aproveitar o que o momento e o local lhe oferecem. É hora de libertá-lo... a natureza já está se incumbindo de parte desta liberdade / independência ... ele já está dando os primeiros passos... e daqui algum tempo, outros “treinos” poderão fazer parte deste desenvolvimento: o alimentar-se, cuidar-se... e tudo isso fará parte da sua segurança para que as “tias” possam orientá-lo.

Este é o momento do Mini Maternal, que virá com mudanças como: uniformes, fotos para crachá, passeios, saída da escola sem vocês, bem como: refeitório, pátios, aulas de musica e lá na frente, desfralde (mas este é papo para outro momento). Por isso, estar no Berçário, Mini Maternal ou Jardim II, faz da criança uma vitoriosa, superando seus próprios limites, ciente e segura de que cada etapa é também uma conquista dos pais, e de que ela é capaz de ir além. Hoje o novo assusta, mas quando é consciente, trabalhado, superado e saudável, torna-se muito mais fácil, acostumar-se e viver tranqüilamente.

Valesca Souza

Psicóloga Clinica – Especialista em Neuropsicologia

e-mail: valescasouza@gmail.com

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